fevereiro 28, 2010

Festinha em Santos !!

Foi gostoso. Vivi acordou com 77 e comeu 40g CHO. Dei 2,5 da NovoRapid. Achei muito. Depois de duas horas medi e estava 164. Como estávamos no carro, na estrada e eu não sabia o horário de almoço, comeu uma barrinha de cereais de 15g de CHO. Chegamos meio dia e resolvi almoçar antes da festa, que começava as 13h, serviria almoço, mas sabe-se lá que horas. Pra minha surpresa, sua glicemia estava 300!!! Como ela só comeu proteína, fiquei com receio de dar muita insulina e baixar demais. Dei 1 unidade só. Prefiro que fique um pouco mais alta nessas ocasiões pra não ter nenhum susto.

Ela não comeu quase nada lá. Umas batatinhas smile acho. Nâo ví, ela que me contou. E medi de 2 em 2hrs e ficou 205, depois 222 !! Aí eu dei 1,5 porque ela quis comer um pedaço de bolo com sorvete e mais um pedaço de chocolate, uns m&m's, um marshmellow... não consegui controlar porque ela desaparecia com os doces hahahaha. Entrou no carro e capotou. Fiquei com medo de estar ou muito alta ou muito baixa. Cheguei em casa... 105 !! Fioquei contente!! Jantou com 76. Foi dormir com 145 sem insulina no jantar nem ao deitar. Foi um dia bom !!!


Detalhe: Quando eu preciso aplicar insulina, eu não me preocupo se tem alguém olhando, reparando, achando estranho, faço o que tenho que fazer e os outros que se lasquem.... pois bem... um velhinho passou mal porque não pode ver agulha, injeção, essas coisas... tadinho!!! Mas é a vida!

fevereiro 24, 2010

Panqueca de Chocolate (diet/light - não sei)

Receita que a minha mãe 'inventou', aprimorou, pra Vittoria poder comer sem muito peso na consciência. Lembrando que, pelo rótulo do adoçante culinário, não havia a menor diferença em quantidade de carboidrato quando comparado com o açúcar refinado. Optamos pelo açúcar. Vamos lá. Espero que minha contagem esteja certa.

3 ovos - 0g CHO
380 ml leite (integral mas pode ser desnatado, semi, como quiser) - 19g CHO
1 colher de  sopa de aveia - peso 14g - 10g CHO
1 colher de sopa de farelo de aveia - peso 8g - 2,3g CHO
1 xíc. farinha de trigo - peso 107g - 78,4 CHO (essa é a vilã da receita)
2 colher de sopa de açúcar cristal (era o que tinha) - peso 30g - 30g CHO (parceiro da farinha)
1 colher de sopa de amaranto - peso 6g - 4g CHO
6 colheres de sopa de Chocolate em pó diet GOLD - peso 27g - 15,8g CHO
1 colher de chá de manteiga (melhor sem sal) - 0g CHO


Total CHO: 160g (óó... não se assuste!!)

Essa receita rendeu aqui em casa, fazendo uma paquena fina, 20 panquecas !!!

Cada panqueca então tem em média 8g de carboidratos.... E é claro que você não precisa comer as 20 !!! Faça meia receita pra experimentar. Não precisa colocar todas as fibras que minha mãe colocou. Mas pensar que está ingerindo fibra dum jeito gostoso é bom também. Convide umas 5 pessoas pra comer com você !!!!! Minhas filhas adoram!!

Bol. Recheada Passatempo X Bol. Recheada Chocolate Diet Doce Vida

Bom... fazia tempo que não consumíamos bolachas recheadas, mas pra dar uma variada no lanche, resolvemos comprar. Como tenho contado carboidratos e prestado atenção na gordura, no sódio, quando ví isso, fiquei espantada porque achei que a quantidade de carboidratos nos produtos diet eram bem menores.

Vamos fazer umas comparações entre as duas bolachas do título desse post !!!
Então vamos aos números POR BOLACHA - 1 (UMA) UNIDADE, ok?? Tô com as embalagens aqui na minha frente....

Passatempo recheada sabor chocolate alpino.

Carboidratos 8g
Calorias: 61,6 Kcal
Proteínas: 0,96g
Gorduras totais: 2,9g
Gorduras saturadas: 1,46g
Gorduras trans: Não Contém
Fibra alimentar: 0,5g
Sódio: 34,3 mg

Bolacha recheada de chocolate DIET - Dove Vida (zero açúcar)

Carboidratos: 7,6
Calorias: 52,8 Kcal
Proteínas: 0,8g
Gorduras totais: 1,92g
Gorduras saturadas: 0,6g
Gorduras trans: 0,68g
Fibra alimentar: 0,4g
Sodio: 20,8mg

Eu achei essa bolacha com mais cara de coisa LIGHT do que DIET. Optei pela passatempo, tem muito menos química dos adoçantes e a diferença nos valores de carboidrato e gorduras não é grande. E a passatempo não tem a tal da TRANS !!! E, ela come apenas UMA bolacha, e não o pacote com 3 !!!


Eu ouvi de nutricionista que se você pode usar o açúcar ao invés do adoçante sem alterar significativamente o valor de carboidratos, USE-O !!! A quantidade de química não compensa.

fevereiro 22, 2010

Guloseimas na escola...

Minha maior preocupação com relação ao diabetes, a Vittoria e a escola sempre foi a questão da auto-estima dela. Que é baixa (ou era, hoje ela está bem melhor)... e como lidar com isso e as coisas na vida dela que já eram diferentes da dos colegas. A minha preocupação e da Pediatra Homeopata que cuida das questões 'psicológicas' também era de que durante o tempo que ela permanecesse na escola, as situações em que ela se sentisse diferente pelo diabetes deveriam ser evitadas NESSE MOMENTO !!!!

Ano passado foi um momento super delicado. Maria Vittoria começou a se perceber diferente dos colegas e isso a desanimou. Então desde o começo do ano, meu objetivo, além dos básicos, era fazer com que ela se sentisse o MELHOR possível e MENOS diferente possível dos colegas. Claro, todos somos diferentes em diversos aspectos mas nessa idade, qualquer coisa pode ser motivo, quando já não se está bem, pra ficar pior ainda.... "Por que fulano pode e eu não? Por que ela tem isso e eu não?" etc...etc...etc...

Começaram com os aniversários na escola. Após o lanche, as crianças se reúnem, cantam parabéns e comem bolo com refrigerante. Essa festinha não é comunicada aos pais para que não haja troca de presentes. Após a primeira, e ver a glicemia da Vittoria em 400 em casa, conversei com a professora. Expliquei pra ela que MINHA FILHA VAI FAZER TUDO QUE AS OUTRAS CRIANÇAS FAZEM NA ESCOLA, VAI PARTICIPAR DE TODOS OS EVENTOS TENDO ELES COMIDAS E DOCES, ou não. Combinamos que.. nos aniversários, que a professora SIM sabia com antecedência, ela me avisaria, pra que eu diminuísse os carboidratos no lanche e providenciasse um refri diet. Ela faria anotações das quantidades pra que eu corrigisse a glicemia e evitasse as hiper. Foi ótimo. Deu certo. Vivi participou de todos os aniversários, experimentou de todos os bolos e não se sentiu diferente de ninguém. Alguns pais, já familiarizados com a situação,  mandavam algo diet pra ela. O diabetes alí era uma mera característica que não a privaria do convívio com os colegas, nem a faria se sentir diferente por não poder comer ou fazer o que os outros faziam. [Lembrando que ela é uma criança, e que eu não tenho a intenção de que ela sinta que o diabetes a priva de coisas, isso com o tempo e a maturidade,  vai descobrir sozinha e fazer suas escolhas].

Foi para o acampamento com a escola. No terceiro mês de aula. Ficou 3 dias longe de mim. Tive uma prévia do que é ter um filho sendo cuidado por outra pessoa e tendo que confiar nessa pessoa. Cresci muito,  Vittoria voltou mais independente e eu não tenho a menor ideia do que ela comeu. A glicemia dela esteve ótima nos 3 dias. Nenhuma hiper.

Foi num passeio, num sítio e aprendeu a fazer bolinho de chuva. Antes do ônibus sair a professora veio me perguntar: "Nicole, normalmente nesse lugar, eles fazem uma receita caseira e comem no lanche o que eles fizeram. Quero saber se a Vittoria vai poder comer porque normalmente é algo doce" E eu disse: "Ela pode comer sim, mas você vai anotar direitinho tudo que ela comeu pra eu corrigir depois." Dito e feito ..e, o mais legal, o pessoal do sítio, ao saber que ela era diabética, preparou uma receita com menos açúcar, menos farinha eeeee não passou os bolinhos no açúcar. Foi uma receita especial pra ela. Ela se sentiu diferente de uma forma positiva. Os amigos ficaram curiosos, quiseram experimentar e gostaram. E ela voltou super animada, porque fizeram algo só pra ela !!!

Numa outra situação, no dia das crianças, as professoras montaram uma casa de doces, com bolachas recheadas, marshmellows, balas de goma, enfim, e contaram a história de João e Maria e no final as crianças poderiam comer os doces. Eu estava presente nesse dia por ser professora da escola e terem usado minha aula pra contar a história. Eu ví tudo alí... e não podia NUNCA NO MUNDO proibir minha filha de participar daquele momento ou restringir a brincadeira a UMA bolacha.. a professora me olhou e eu dei um sinal de que tudo bem.... e corrigimos. E foi assim, mesmo quando eu não podia ser consultada, a professora partia do principio de que eu não queria que a Vittoria ficasse de fora, então permitia sem excessos e me comunicava depois.

Se isso é certo ou não, não sei. Os doces estão aí, nossa cultura faz tudo em torno da comida, todas as comemorações se dão em torno de comida.
As pessoas associam crianças aos doces, compram as crianças com doces e isso é realmente um crime. Vou brigar com o mundo? Vou me irritar toda vez que um vendedor de uma loja oferecer UMA bala ou UM pirulito pra elas??? Eu não.... UM pirulito, UMA bala... não fará diferença. A quantidade de carboidratos em UM docinho desses não altera a glicemia. Será que vale me estressar, revoltar por uma atitude de pessoas que não tem noção da minha realidade e pior, que antes do diabetes eu aceitaria NUMA BOA ???? Acho que não vale a pena. PORÉM, não perco a oportunidade de EDUCAR com relação ao diabetes, explico a situação da Vittoria, explico sobre o diabetes e sugiro que não façam isso sem antes saber da mãe se a criança pode consumir um doce. Conheci um menininho que tem alergia a qualquer corante vermelho e nesse caso não há algo que corrija, como a Vivi tem a insulina, ele pode passar muito mal MESMO...

E presenciei situações que me deixaram imensamente orgulhosa da minha filha e do 'trabalho' que desenvolvo com ela... No circo [vocês já podem imaginar o que tem de guloseimas] alguém a ofereceu pipoca doce e ela não aceitou, se dizendo diabética. E disse isso com ORGULHO, feliz da vida dela, e veio saltitando me contar a conquista.

O açúcar não é necessário. Ele não trás benefício nenhum, muito pelo contrário. A história do açúcar é curiosa e cheia de conflitos e mortes.. não há de ser algo bom. Porém, estamos inseridos numa sociedade doce, comilona.. e apesar de cuidar da alimentação delas não posso simplesmente ser alheia ao que acontece ao meu redor. Faz pouco tempo que ela é diabética em relação à idade e em quanto tempo ela ainda terá que lidar com isso... então, não precisa ser radical. Precisamos ser acolhedores. Deixar com que a criança se sinta confortável com a doença que será camarada dela pro resto da vida. Um doce na escola, numa festa... não fará diferença na questão física, mas pode fazer uma ENORME diferença no emocional de uma criança !!!!! E não esquecer NUNCA de aproveitar as oportunidades pra SEMPRE falar sobre o assunto. Eu digo: "Você pode comer hoje, é uma situação especial, mas você também sabe que isso não é bom pra você nem pra ninguém." E aos poucos vamos educando, tirando os doces, as gorduras, com consciência, paciência e principalmente com a participação dos envolvidos.


fevereiro 21, 2010

Minhas balanças digitais

Então. Aqui estão elas.
Essa branquinha, foi a primeira, a mais barata que eu achei (e comprei pela) na internet. Ela é da Plenna, custou em torno de 180,00 com um descontão porque o preço dela é em torno de 300 !! Ela funciona com 4 pilhas palito (AAA). Cabe na palma da mão, é leve, vai na bolsa tranquilamente. Ela mede cada 0,5g até 5kg!
 




 

Bom... é claro que com 15 dias de uso eu deixei essa florzinha cair. E ela foi rpa assistência técnica, ficou lá uma semana e voltou nova, e não gastei nada.
Como a gente se acostuma com ela, minha mãe não aguentou e nesse meio tempo, num passeio à Liberdade (SP) comprou essa outra, por menos da metade do preço RS 72,00 e é um chuchuzinho também. Ela é digital, tipo touchscreen, mede até 5Kg, a graduação é de 1g, mede peso, volume dos líquidos em ml, tem alarme, visor LCD, termômetro e funciona com 2 baterias de lithium de 3 V. Maaaas... ela é pesada e não dá pra ficar carregando... Quem quiser mais detalhes, é só fazer contato.
  
 
 

Na Piscina...

É... acontecem as hipos e tal. Mas não atrapalham o passeio!

Acordou com 300, tomou café da manhã, insulina e 2hrs depois 114!
Comeu uma banana pq o almoço ia demorar, 2hrs depois 130.

Almoçamos no restaurante Japonês de costume e eu levei minha balança difita e PESEI TUDO. Juro pra vocês. Uma louca com uma balancinha em cima da mesa e cada sushi, e rolinho, e temaki, tava a doida lá pesando e anotando.

Quase morri ao saber que UM temaki pesa 100g e é puro arroz. Pq o recheio mesmo, hoje não tava farto.... 100g de arroz é CHO pra caramba... mais os camarões e lulas empanados, e uma travessa de shimeji...(nem tanto)... dei 3U da Novorapid...

Duas horas depois do almoço e UMA HORA de piscina... 53. Sem sintomas. Medimos porque eu sabia que tinha que medir pra saber como tinha sido as 3U e tal. Corrigi com mel (16g = 4 sachês) mas ela não quis comer. Eu tinha certeza que aquele mel e a atividade que ela tava fazendo = HIPO... claro... 1hr depois.... 45, mas aí ela se sentiu mal, saiu da piscina e disse: "Mamãe, mede meu dedo e me dá um lanche porque eu to passando mal, meu número deve estar baixo". Que fofa, mas me apavorei, ela saiu cambaleando da piscina. Corrigimos, ela comeu uma banana e um suco de soja e...piscina de novo !!!

E é isso aí...


fevereiro 19, 2010

Valor A1C p/ crianças

h-haa.. achei. Sabia que tinha lido isso em algum lugar... e me confortei. Mas não vou afrouxar.


"Nas crianças, durante a fase pré-puberal, o nível aceitável de A1c é de até 8% e, na fase puberal, inferior a 8,5%."


Achei aqui

Resultado dos Exames - Fevereiro 2010

OK. Esperava uma A1C melhor....

Colesterol total 190 (baixou !!! Estava 220)
Glicose 85mg/dL (70 a 99) - No meu aparelho na hora, com o mesmo sangue, deu 96.
Triglicerídeos 74 mg/dL (desejável inferior a 101)
Hemoglobinaa Glicada: 8,1% (ideal inferior a 7%)
Glicose Média Estimada: 186 mg/dL
TSH: 1,592  (referência: 0,350 a 5,500)
T4 livre: 1,34 (referência: 0,80 a 1,40)

E quinta que vem temos o retorno. Vamos ver o que o médico diz.

Pra constar, Maria Vittoria tem 6 anos e 6 meses exatamente!! Mede 1,20m e pesa 21Kg !

A cura.

Será que a cura é a solução? Por que? Pra quê?
Será que enquanto os médicos batalharem e sempre acharem uma solução pros problemas as pessoas deixarão de se preocupar com a causa?
Tudo bem, tudo bem…. Não há o que fazer pra evitar o Diabetes Tipo 1. Mas o tipo 2 tem. Assim como Aids, Dengue… E sempre que alguém achar um meio de remediar, de vacinar, ninguém mais [se alguém ainda] se preocupará com a prevenção.

A DM1 é uma doença chata: SIM, é péssimo esburacar seu filho: SIM, as restrições são um saco: SIM, perde-se a liberdade: SIM… mas vive-se bem melhor, vai…. convenhamos…. aposto que as pessoas passam a se preocupar mais com o que comem, com o corpo, saúde, exercícios físicos…. vive-se mais saudável com um diabético na família.

Mas tinha que ser minha filha??? SIM, tinha…. talvez se fosse com outra pessoa da família não se desse tanta importância.

Eu ainda acho que existem outras doenças muito mais debilitadoras que o diabetes e que precisam de cura muito mais rápido. OU de um jeito de reverter. Pra mim… crianças que não andam, não falam, não brincam, que tem paralisia cerebral, ou até mesmo algum retardo mental… aquelas que não podem comer nada e tudo tem que ser no liquidificador e injetado por sonda. Olha, de tudo que eu já ví por aí, a DM1 é uma benção. É a melhor coisa que poderia acontecer.

Vamos deixar a cura pros cânceres…

fevereiro 16, 2010

[OFF] Coisas da minha cabeça...

Estou cansada... ontem percebi que estou cansada de cuidar de filho 'doente'. Não basta o diabetes, insistem os resfriados, dores de ouvido e garganta, viroses, diarreias, dores de barriga... Homeopatia que sempre funcionou tão bem (nem lembro a última vez que tomaram antibióticos, anti-inflamatórios) X Alopatia cujo efeito é imediato...

E percebi que estou ansiosa com a 'hemoglobina glicada (HbA1C ou A1C), que era conhecida como hemoglobina glicosilada'. Parece que esse resultado me diz mais como foi o MEU cuidado com o diabetes da Vittoria entre os retornos ao médico. A primeira que fizemos logo que descobrimos, deu 12 e pouco. Com o uso da NPH foi pra 6 e pouco. A média foi realmente baixa porque ela vivia em hipoglicemia, eu em Minas Gerais, sem médico por perto achando o máximo ela ficar na faixa dos 60 !!! Com as mudanças de médicos e insulinas, fomos para 8,2... mas foi um período bastante conturbado, mudanças de casa, de escola, rotina completamente diferente, meu emprego novo, eu muito nervosa, irritada, estressada....

Desde a última consulta em novembro, e com a nutricionista em dezembro, eu tenho me empenhado bastante. Tenho pesado a comida, anotado tudo, contando carboidratos... e estou ansiosa como quem estuda o ano todo, faz cursinho e presta um vestibular tão sonhado e fica esperando o resultado.

Pra mim esse exame é isso, é a prova em números do meu cuidado. Do meu empenho, da minha atenção... e eu não tenho conseguido pensar em outra coisa. Estou realmente nervosa. E estou preocupada com os efeitos que um resultado alto possa proporcionar. Porque até então, com tudo na vida que eu empreguei uma energia maior na execução e por algum motivo não deu certo ou não tão certo como eu esperava, eu desisti. Com o diabetes não vai poder ser assim. Não vou poder desistir e passar pra outro projeto. Terei que continuar me empenhando, talvez não mais do que já faço, talvez o esforço atual seja o correto, o suficiente e basta apenas tirar da cabeça essa ideia de que a glicada dependa única e exclusivamente de MIM !!!

Esse número vai me dizer o quão boa mãe e cuidadora eu fui durante esse período. Mas esse exame não vê todos os esforços que eu tenho feito. Todas as brigas, discussões acerca da comida, em todas as refeições que ela tem que fazer, todas as sessões de terapia sozinha e com as meninas, todos os olhares de reprovação dos ignorantes enquanto eu cuidava dela num lugar público, tudo que eu passei no meu emprego lutando pelo melhor pra ela na escola, a falta dum emprego esse ano pra ficar disponível pra adaptá-la a escola nova, ter que perder a privacidade e a liberdade morando novamente na casa dos pais e dependendo deles pra viver... esquecer diversas vezes que eu tenho outra filha pequena que também precisa de cuidados e que muitas vezes não é levada em consideração... e os passeios e visitas e o tempo que eu passo com um ex marido que eu não tenho a menor vontade de estar junto mas preciso porque simplesmente não consigo deixar as meninas sozinhas com ele, porque a pessoa simplesmente não se interessa em saber mais sobre o assunto e os cuidados, pra me dizer, NICOLE, FIQUE TRANQUILA, VÁ DORMIR, PASSEAR, NAMORAR, O QUE FOR, QUE EU FICO COM ELAS, MEÇO AS GLICEMIAS, DOU AS INSULINAS, CONTO OS CARBOIDRATOS, SÓ PRA VC PODER TER 24HRS PRA VOCÊ....[isso não existe]...e o namorado que tão cedo eu não vou arrumar pois isso requer uma disponibilidade que eu NÃO TENHO... e que ninguém parece ter pra ficar com uma criança diabética.. e mesmo que tivesse, minha cabeça não desligaria um minuto estando longe... e quem é que vai me dar um abraço e dizer que tudo que eu faço é o MELHOR que eu posso fazer e [o mais importante] ME SENTIR CONFORTÁVEL COM ESSE COMENTÁRIO???? Será que é o médico? OU será que vai ser a própria Vittoria quando estiver adulta? E isso vai acontecer? e será que eu ainda precisarei ouvir isso e me sentir confortável ? E pq ouvir isso me faria sentir confortável?????

Isso tudo [e mais outro tanto] não é levado em consideração com um simples exame de sangue revela os 8,2 que você não quer. E ainda ouvir: É precisa melhorar. Nem isso... é ver a tabelinha com o valor esperado pro diabetes ser considerado CONTROLADO. E ao tentar manter tudo CONTROLADO... o MEU DESCONTROLE fica aí ó... soltinho... largado...

fevereiro 12, 2010

Não precisa ter pena, não !!

Pena eu tenho das crianças do Haiti, que sobreviveram e perderam todos da família. Pena eu tenho de uma menininha de 2 anos que foi estuprada até morrer pelo padrasto. Pena eu tenho dos animais abandonados... e de uma menina de 6 anos que a mãe tem coragem de fazer LUZES no cabelo longo até a cintura da garota...

Que inclusive foi a primeira aniversariante da escola nova das minhas filhas. Cheguei no 'play' de um shopping, todas correndo pra lá e pra cá e eu sem conhecer ninguém. Tudo bem. Dos problemas esse é ridículo, e eu nem ando muito com vontade de conhecer gente e ficar falando da minha vida.

Na hora do 'parabéns', Maria Vittoria grudou na mesa com o bolo e os doces... e como não tinha comido nada a festa toda, eu cheguei pertinho dela e falei PRA ELA: Você pode escolher entre 4, 5 docinhos ou um pedaço de bolo e 1 docinho. E ela fez a escolha dela. Na mesma hora ví uma mãe do meu lado com aquele olhar de reprovação: "Que horror, que mãe chata" e ela lançou: "-deixe a menina comer sossegada." Não aguentei: Ela vai comer o suficiente, o razoável ela é diabética e não pode comer doces a vontade, e mesmo se não fosse, ninguém deveria comer doces a vontade. [ok, exagerei].

"Ai, nossa, ela já é diabética? Coitada". Correu e contou pra mãe da aniversariante, que já chegou perto da gente com aquela cara de espanto e perguntou : É ela que é diabética? ["SIM"], - mas ela é da sala da minha filha!? ["SIM"] Tadinha.. e foi contado pra todos os convidados da festa. [confesso que nem entendi o porque mas parecia a maior fofoca do ano]

As avós que estavam presente fizeram uma volta em torno de mim me enchendo de perguntas e se mostrando solidárias e querendo saber do tratamento, e do meu [ex] marido e aí já queriam saber porque eu me separei e uma delas: "desculpa perguntar mas, foi mulher, né" [Não, não foi não].. e enquanto essa conversa agradável se dava, eu via o burburinho de mães e vai e vem e gente apontando pra mim e pra Vittoria e comentando: "Judiação "...

Tudo bem... nem todo mundo sabe que crianças pequenas tem diabetes. Mas essa agitação toda me incomodou. E do jeito que ela se formou, ela terminou. E ninguém mais conversou comigo.

Enfim... não tenham pena. Concordo que não é uma coisa legal de se ver. Mas pena não. Ela não tem culpa, ela é nova, vai ter que superar muita coisa, mas não é uma coitada. Combinado?!

fevereiro 10, 2010

Emprego para mãe de criança diabética

Estou desempregada. E esse é só mais um detalhe. Fiz algumas entrevistas e simplesmente não consigo não contar sobre a minha realidade, afinal, serei uma professora que eventualmente terá que atender o celular durante a aula.

Não, não é algo que dê pra ligar pra escola e eu retornar quando tiver um intervalo. De certo, pra ligarem, é porque algo tem que ser feito IMEDIATAMENTE.

E as consultas médicas e exames laboratoriais? Quantos atestados me permitirão levar por semestre?

Não consigo tirar da cabeça a ideia de arrumar algo pra fazer em casa. MAS O QUEEE ?????

Aulas particulares de inglês. É... é uma saída. Quem quiser meu CV peça que mando por email !

fevereiro 09, 2010

Minha filha não quer comer....

o que precisa! Por que o que NÃO precisa, ela come.

Há duas semanas mais ou menos a hora do almoço tem sido um verdadeiro inferno. Começou dizendo que não queria mais carne. Descobriu a palavra VEGETARIANA e saía saltitante e feliz se dizendo vegetariana... o que ela não entendeu é que o vegetariano come legumes e verduras... mas ela não quer.

Um dia disse que não queria mais arroz e feijão. Só carne. Esse período carnívoro durou UM dia porque não existe uma criança diabética comer só carne.

Desde então ela se recusa a comer. Pelo menos a hora do café da manhã, lanche e janta ainda acontecem com mais tranquilidade. E chega a ser engraçado, perto do meio dia, todos trocados para escola, ela vai chegando perto da mesa, da cadeira e começa a gemer.... 'ai'... e senta e se larga em cima do prato como se estivesse exausta [e convenhamos, deve estar mesmo. Até eu que não sou diabética estou]. Hoje mostrei tudo que tinha e ela escolheu o que queria. Fiz o prato. Disse que estava doendo a perna. Enrolou. Disse que não queria mais aquela carne. Dei um pedaço da minha. Também não gostou. Comeu um pedaço do bife da irmã, quis um também. [Hoje, especialmente, tinham 3 tipos de carne.... a sobra de ontem, o almoço de hoje e a janta de mais tarde]. Começou a doer as costas. Comeu uma colherada. Doía o pescoço. Pescou uma batata palha. Doeu a cabeça.

Comecei a rir e disse que ainda bem que a dor estava subindo, pq dá cabeça ela só podia era sair do corpo pois não tinha mais pra onde subir. Ela riu. Não comeu. Ao insistir, ela começou a chorar. Que a barriga tá cheia, que não sente fome, que não quer comer, pq ela tem que comer? Por que todo mundo tem que comer? Enfim... e a barriga cheia, a falta de fome, aceita uma salada de fruta, um pedacinho de goiabada com queijo, uma banana amassadinha. Ou seja, falta de fome, de apetite é o escambau, certo?! Ela não quer a comida.

Qual é a minha atitude quando a Duda, caçula que não é diabética, faz essa cena? "Pois fique sem comer e vai ficar com fome pq o lanche é só às 15h e antes disso não vai comer mais nada." Como fazer isso com uma criança que usa insulina? Não existe. Então no desespero pra que ela se alimente, fazemos trocas, chantagens...promessas... que estão tornando as refeições cada vez mais difíceis.

Durante as férias, em casa o tempo todo, comigo do lado... na hora do piti, até ficava sem comer. Mas como mandar uma criança diabética pra escola sem se alimentar???????

E ela diz: "Eu sei o que é saudável, eu sei que preciso comer, mas eu não quero, não tenho fome e não vou comeeer."

As fotos das mulheres anoréxicas não fazem mais efeito. Muito menos das crianças famintas na África. Estou completamente sem argumento.